Inquérito concluído. A Polícia Civil concluiu as investigações sobre a denúncia de suposto ato de racismo que ocorreu na partida entre Internacional x Sport, no estádio Sesc Campestre, em Porto Alegre, no dia 31 de março, pela 3° rodada do Campeonato Brasileiro Feminino.
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Por meio de nota emitida pela Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), foi concluído que não houve ato racista por parte da ex-atleta das categorias de base do time feminino do internacional.
O fato aconteceu nos minutos finais da partida, após o gol de empate da equipe rubro-negra. A ex-atleta do clube gaúcho arremessou um copo com uma casca de banana que caiu perto do banco de reservas da equipe pernambucana. Ela afirma que agiu por impulso e não percebeu que havia uma casca da fruta dentro do copo e que consumiu apenas paçocas distribuídas na arquibancada.
Ainda segundo a nota, durante a investigação, cinco atletas do Sport prestaram depoimento e nenhuma delas ouviu “xingamentos ou insultos de cunho discriminatório no momento dos fatos”. Além delas, uma jogadora e um segurança do Internacional, além do diretor do Sport e a investigada no caso, também foram ouvidos.
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Com isso, a Polícia concluiu que não houve um ato de racismo, mas “a conduta, foi enquadrada como crime de causar tumulto durante evento esportivo, previsto no art. 201 da Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023), em razão da mobilização de jogadoras, deslocamento da arbitragem e atuação de segurança no local”.
Confira abaixo a nota emitida pela Polícia na íntegra
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), sob a coordenação da Delegada Tatiana Barreira Bastos, Diretora da Divisão de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância e titular da DPCI de Porto Alegre, concluiu o Inquérito Policial que apurava os fatos ocorridos no dia 31 de março de 2025, durante partida válida pela Série A1 do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, entre o Sport Club Internacional e o Sport Club do Recife, no campo do SESC Protásio Alves, em Porto Alegre.
A investigação teve início após o arremesso de um copo plástico contendo uma casca de banana em direção ao banco de reservas da equipe pernambucana.
A autora do arremesso foi identificada como sendo atleta da base do Sport Club Internacional, a partir de informações prestadas pelo próprio clube, que colaborou com a investigação fornecendo imagens e dados de qualificação.
Durante a apuração, foram ouvidas cinco jogadoras do Sport Club do Recife, uma jogadora do Internacional (indicada pela defesa), o diretor do Sport Club do Recife, um segurança do Sport Club Internacional e a própria investigada. As atletas do clube pernambucano afirmaram que não ouviram quaisquer xingamentos ou insultos de cunho discriminatório no momento dos fatos.
Em interrogatório, a investigada declarou que agiu por impulso, aborrecida com o gol de empate do time adversário, e que não percebeu a presença de uma casca de banana no copo que arremessou. Afirmou ainda que não havia consumido banana, apenas paçocas distribuídas às jogadoras do Internacional na arquibancada. As imagens analisadas confirmaram que o copo caiu entre as cadeiras e a casca de banana seguiu até o entorno do banco de reservas da equipe adversária.
Com base nos elementos colhidos, a autoridade policial concluiu que não houve dolo discriminatório por parte da investigada, afastando a tipificação por crime de racismo. No entanto, a conduta foi enquadrada como crime de causar tumulto durante evento esportivo, previsto no art. 201 da Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023), em razão da mobilização de jogadoras, deslocamento da arbitragem e atuação de segurança no local.