Por Edson Junior
Com a vitória da Chapecoense por 3×2 sobre o Tombense, na sexta-feira (21/10), o Náutico foi matematicamente rebaixado para a Série C e vai apenas cumprir tabela nos últimos jogos desse ano – Grêmio, Chapecoense e Ponte Preta. O foco será voltado para o próximo ano, visando não cometer os mesmos erros de planejamento vistos em 2022.
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De início, o presidente Diógenes Braga precisará montar uma nova diretoria de futebol, isso porque após a atuação vexatória e a goleada sofrida para o Novorizontino por 6×0 no interior de São Paulo, todos os diretores entregaram os seus cargos. Saíram o vice de futebol José Barbosa, que havia ocupado o cargo em pouco tempo, e os diretores Eduardo Belo, Roberto Selva e Gilberto Correia.
A nova diretoria, que deve ser anunciada em breve, vai decidir se o clube vai seguir com o executivo de futebol Nei Pandolfo e com o técnico Dado Cavalcanti, ambos contratados já com o time em situação crítica na Série B.
Em termos de elenco, o clube deve observar alguns atletas que possam permanecer para o próximo ano, porém a tendência é de uma grande reformulação por conta da questão financeira. O presidente Diógenes Braga, em coletiva convocada após a goleada sofrida para o Novorizontino por 6×0, afirmou que a folha salarial deve ser de aproximadamente R$ 400 mil no início do ano, podendo aumentar com algumas variáveis ao longo do ano.
“Se a gente fizer uma conta grosseira, superficial, expurgar a cota da Série B e projetar para ano que vem, a gente teria a folha de atletas em torno de R$ 400 mil. Contudo, existem outras situações: se o programa Todos com a Nota for firmado, ele pode modificar isso; a gente não ter três meses de estádio fechado e arrecadar mais com bilhetagem; se a gente avançar na Copa do Brasil, o que a gente não conseguiu este ano”, destacou Braga.
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— Náutico (@nauticope) October 21, 2022
UTILIZAÇÃO DA BASE
O presidente também detalhou que pretende utilizar mais atletas da base no ano de 2023 para que o clube possa ter perspectiva de receita futura com uma possível venda desses atletas formados no clube.
“Os insucessos dos dois últimos anos passam muito por ter diminuído o aproveitamento da base. Não somente por ajudarem na composição do elenco, mas por também subirem e decidirem jogos no time titular, como foi em 2018 e 2019. Além disso, gera perspectiva de receita. Temos três categorias fortes. Tivemos uma Copa Carpina do sub-17. Pelo menos cinco atletas nossos chamaram atenção de clubes de Série A para fazer parceria. Vários atletas do sub-20 também vão subir. Entendo que a frustração de receita pode ser parcialmente coberta com o melhor aproveitamento da base, com jogadores sem salários altos e com potencial de projeção”.
ANÁLISE DE DESEMPENHO
Diógenes também ressaltou que o abandono do uso do departamento de análise nas contratações de 2022 foi um erro e que isso precisa ser retomado em 2023.
“Precisamos retomar algumas coisas. Nos anos anteriores, usamos muito bem o departamento de análise de desempenho, que participava ativamente no planejamento do futebol, montagem de elenco, avaliação de atletas e até trocas de treinadores. Acho que isso foi abandonado e foi um grande erro, um dos maiores”, disse.
“Quando você tem uma estrutura em que você tenha executivo, análise de desempenho, todos os departamentos funcionando, já existe um caminho de profissionalização, mas entendo que a gente perdeu muito disso neste ano, precisamos retomar. O grau de profissionalização não tem como dizer exatamente, porque a estrutura do clube e a questão orçamentária fazem com que você tenha um tamanho do passo que você pode dar. Entendo que a gente perdeu muito disso neste ano”, finalizou.