Por Marcos Leandro
Bastante aguardada, pois servirá de embasamento para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a súmula do árbitro Rafael Claus explica os motivos que o levaram a encerrar a partida entre Sport e Vasco, no último domingo (16/10), na Ilha do Retiro, pela 35ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
Em linhas gerais, o juiz ratificou que não deu sequência ao jogo por conta da falta de segurança. Houve uma confusão generalizada após a invasão do gramado por parte de alguns torcedores do Sport depois do gol de empate do Vasco, marcado por Raniel de pênalti aos 48 minutos do segundo tempo. Depois de quase 1 hora de paralisação, o jogo foi encerrado por decisão da arbitragem, que comunicou a decisão do vestiário da Ilha.
“Durante a comemoração do gol do Vasco, próximo a torcida do Sport, muitos objetos foram atirados ao campo de jogo em direção aos jogadores, entre pedras, chinelos, isqueiros, tênis e copos com líquido. Nesse momento, a torcida do Sport estourou o portão atrás do gol onde defendia a equipe do Sport e começa uma invasão de muitos torcedores, não somente pelo portão, mas de outros pontos da arquibancada”, diz um trecho do documento, que segue narrando as cenas de selvageria.
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“Informo que os mesmos agrediram, jogadores visitantes que imediatamente correram para o seu vestiário, um senhor e uma senhora bombeiros civis que estavam trabalhando próximos ao portão, inclusive continuaram sendo agredidos após a senhora já estar caída e o senhor tentando protegê-la. Após observarmos todas essas ocorrências, vermos muitos torcedores sendo atendidos dentro do campo de jogo e por sentirmos falta de segurança, nos dirigimos ao vestiário de arbitragem, onde me reuni com os dirigentes, Augusto Carreras do Sport e Paulo Bracks do Vasco, os treinadores Claudinei Oliveira do Sport e Jorge de Amorim Campos (Jorginho) do Vasco e o tenente coronel da policia militar Washington Souza, comunicando o encerramento da partida por não sentir segurança em relação a minha integridade física e dos demais profissionais envolvidos no jogo, além do ambiente totalmente impossibilitado para a prática do esporte futebol, a partida foi encerrada”.
ENTENDA O QUE ACONTECEU
Leão vencia a partida até os 48 minutos do segundo tempo (gol de Labandeira), quando após uma falha do goleiro Saulo, o árbitro Rafael Claus marcou pênalti em Alex Teixeira após sinalização do VAR. Raniel empatou.
A partir deste momento uma grande confusão tomou conta do gramado. Revoltada com a comemoração dos jogadores do Vasco, principalmente de Raniel (ex-Santa Cruz), que partiram para perto de um dos setores reservados à torcida leonina em tom de provocação e chegaram a arremessar uma cadeira de plástico, alguns torcedores invadiram o campo de jogo. Aí, o tumulto se generalizou, com atletas dos dois times trocando agressões também. Torcedores se machucaram e foram atendidos à beira do gramado. Os jogadores do Vasco correram para o vestiário.
Após cerca de 30 minutos de impasse, o árbitro se dirigiu ao vestiário e depois de algum tempo, chamou os técnicos Claudinei Oliveira e Jorginho para uma conversa. Quase 1 hora depois, o árbitro encerrou a partida. Revoltado, o técnico rubro-negro disse que Jorginho alegou falta de segurança para não voltar mais para o jogo. A expectativa agora fica para a esfera jurídica. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) vai analisar a súmula do árbitro Rafael Claus e tomar uma decisão.